'' Algumas pessoas de tão doces, enjoam. Alguns venenos de tão amargos, conquistam.''

abril 27, 2012

O homem ideal.


Um cara interessante que não me deixasse ter medo de nada, que tivesse beijo bom, doce e forte.
 Que cuide de mim, mas sem exageros. Que tenha olhos bonitos, que me façam querer ter filhos com ele. Barriga de ursinho pra apertar. Que mesmo me achando doida, entenda que meu sim é sim e meu não é não. Sem frescura, sem ligar pra roupa ou salto alto.
Que me ache gostosa, mas que admita na minha frente que acha minha melhor amiga, gostosa também.
Respeite a minha personalidade e possua uma tão forte quanto.
Que goste de sorrir, de cantar comigo e de fumar também.
E que seja homem. Para ser simples.
Que tenha perspectivas sobre o futuro, que lute pelos seus objetivos, exercite a inteligencia que possui.
Que seja honesto; que seja corajoso e intenso.
Que me ame e se deixar amar, que leve a vida e deixe ela o levar.


E sobre amar e ser amor.

E ser presença. E se fazer presente. 
Comer com os olhos, sentir saudade. Sentir-se tão  renovada a  tal ponto de deixar  todo e qualquer vestígio do passado para trás. É tão  forte quanto o amor, tão puro quanto. E somos nós. Que ainda nem somos, nós. Somos, eu pensando em você e você raramente pensando em mim. 
É você telefonando e eu me deliciando com tua voz. Somos nós, jogando conversa fora e imaginando o nosso reencontro, com sabor de primeiro encontro.  É amor quando minha barriga dói, esperando ansiosamente sua ligação. É amor, olhar tuas fotos, admirar o teu  sorriso e te desejar tão perto de mim. É amor, quando  dividimos um cigarro, uma angustia, um beijo. 
É amor, quando, se é amor o bastante, para ser rotulado, como amor. 
Agora, sobre amar? Sobre amar, na medida, sem cometer erros, sem ferir o meu e o teu coração... Eu não sei. Eu sei amor, eu não sei amar. Então te peço, goste de mim. Só goste. Não me ame e não deposite suas esperanças em mim. Apenas me escolha, me ature e me ame sem  prescrição. E eu, serei minha. Serei sua. E nós dois; seremos do mundo. 



abril 17, 2012






E eu  tenho tanto medo.
Tanto medo do amor.  Tanto medo de te amar, tanto medo de não me amar.
Tanto medo de te decepcionar, te frustar, te machucar.
Me decepcionar, me frustar, me machucar, me doar.
Tanto medo de que você encontre alguém melhor que eu , que seja sincera o bastante para lhe proporcionar tudo o que eu  não fui  corajosa o suficiente para proporcionar.
Medo de que alguém te faça feliz. Verdadeiramente  feliz.
Como  você diz, o que tivemos não foi real. Foi uma grande ilusão, talvez a mais linda de toda a minha vida, Flor de Liz.
Talvez você tenha sido a coisa mais maravilhosa de toda a vida e eu me libertei.
Me libertei de todo este amor puro existente em seu coração, que sou indigna de corresponder.
Seria injusto, misturar  toda a sua pureza com minha promiscuidade. Seu coração nobre, com o meu constituído apenas por imperfeições.
Entre tantas inverdades, posso reafirmar com todo o  bom senso que me restou e o pouco de lucidez que consegui preservar, o meu amor por  você é eterno.
Quando  dizem, o amor  é louco, eu sinto na pele o que é isso.
Amo-te tanto que não me permito viver em tua companhia. Já  lhe disse que tu és uma pequenina flor e sou uma borboleta que vaga entre os jardins? Sugando o que  tens de melhor e não doando  nada em troca.

Vivo para sentir dor, saindo de todos os lugares e  voltando sempre pra lugar nenhum.
 Sem companhia, sem apreço. Sempre com medo, sempre sozinha.
E o teu perfume segue inebriando os sentidos, para atrair novos amores... Para atrair alguém que  lhe regue com todo o amor que houver nessa vida.
E daqui  voou eu, sempre em frente, sem olhar para trás, levando na memoria a pequena mais bonita que já vi.

abril 13, 2012

Na cafeteria.

E foi então  na pausa para o  cafe que eu percebi que não preciso ter nada, para ter tudo.
Tudo era você e isso eu  tinha ao alcance  das mãos, ou já tive pelo menos uma vez na vida, não o  tempo todo e de forma alguma ; pois isso seria anular o que  você tem de mais  bonito, que é esse teu jeito de : 'ninguém manda em mim.'   Porque você  sabe, melhor que ninguém,  não da pra ser lindo fofo e real ao mesmo tempo. Uma coisa atrapalha a outra e você era a  pura perfeição.
Não diga, outra vez, que estou imitando o jeito  de escrever de autoras que  você gosta, é só questão de afeto e agrado. Questão de te afetar e te agradar.

Tá fazendo uns quarenta graus la fora e eu to sentindo calafrios, talvez seja por escrever sobre você... Ou  ainda, por essa ser a ultima vez em que  vou escrever pra você.
Vejo nós dois como as bolinhas do refrigerante, tão densas e inatingíveis,  capazes de dar sabor a qualquer bebida. Porém a cada gole, elas  vão desaparecendo e involuntariamente o refrigerante se torna sem graça.
Talvez foi o que  a vida fez conosco ou  nós  fizemos com a vida,  bebemos demais.
Com pressa, sem admiração, não degustamos as coisas mais lindas que ela  tinha para nos oferecer, apenas engolimos como se aquele copo  fosse a ultima dose de amor existente no mundo. E talvez fosse... E  nós não soubemos apreciar.

E foi na pausa para o cafezinho, em nossa cafeteria preferida, que tive noção disso tudo.
A atendente loirinha charmosa, que vive dando em cima de você, abriu um sorriso amarelo dizendo :
 '' São duas cocas, um café preto e o chocolate de sempre ? ''
Após aquele disparate, sem carinho algum, eu chorei desesperadamente, como se ela tivesse me roubado o ultimo sopro de vida. Quem não sabia que nós havíamos rompido? O porteiro do prédio soubera, o sindico  sabia, até o meu  chefe soube. E ele ainda me  disse, use mais este romance fracassado. Você  é boa em transformar seus dramas em inspiração.
' Não, querida. '  Não seriam mais duas cocas, um café pra ser bebido em dois goles e um chocolate dividido  milimetricamente por dois chocólatras.
Agora seria tudo meu. E tudo meu, não tinha graça.

Pedi a ela que embrulhasse todos os chocolates, me fizesse litros de café e me vendesse todas as suas
coca-colas. Fui até ao  caixa e paguei com o cartão, se pagasse com dinheiro  vivo, teria desistido da idéia medíocre de te eternizar em mim. Todos me olhavam assustados, porém nenhum deles, estava mais assustado do que eu mesma, quando me vi sem você.  Carregamos juntas as coisas até o carro.
Ela bateu a porta  e na mesma fração de segundos eu pude perceber... O tudo, era nada sem você.

E agora nós eramos nada, sem as bolinhas, sem o gás, sem o amor, sem a vida.
Sem a vida que dedicamos um ao  outro em meio a tantos goles secos e deturpados.