
Eu que nunca gostei de azul, me vi pedida na imensidão do mar. Senti medo.
Mas na presença dele não era mais sozinha. Foi então que me lembrei de como é ser feliz. Achei o azul tão lindo, era sua cor preferida.
A noite estava cativante, um tanto convidativa. - o amor não poderia mais esperar -
Tenho para mim, que todas as estrelas resolveram brilhar juntas naquela noite. Tudo na mais perfeita sintonia. Ele estava mais cheiroso do que o comum, ainda usava o mesmo perfume, depois de tanto tempo. Aquele mesmo, que ainda guardo em minha memória.
O encontrei com seu sorriso mais bonito, estampado naqueles lábios ; que considero o mais perigoso de todos os precipícios. Ele era o caminho, a perdição.
Apenas por alguns segundos, resolvi não pensar e contemplar toda aquela simplicidade, toda a sua beleza .
Ele havia mudado, sua essência estava mais forte, tão delicioso. Confortavelmente delicado, companheiro.
Perguntei o motivo de tal mudança; com toda a humilde capaz de existir dentro de seu coração;
sem tirar o sorriso do rosto me disse :
Eu precisava que você voltasse. Desde o dia que você deixou de me amar, eu desaprendi a viver.
Me senti lisonjeada com aquelas palavras. - eu, egoísta como na maioria das vezes. -
Foi então que extremes si : ele se aproximou, tocou meus cabelos como antes - e como a muito, não fazia - singelamente me abraçou, com seus lábios tocou meu pescoço.. subiu até meus ouvidos, escolheu o lado que sabe, que me faz arrepiar e sussurrou : me perdi, quando vi você partir.
Não consegui, ser forte.. as lagrimas rolaram em meu rosto. A verdade doía. O beijei com ternura. Uma canção triste, nos rondava. O abracei como antes nunca havia feito. Senti uma imensa saudade de nós dois e eu vi que tudo impedia minha vontade.
E o silêncio se fez. Meu coração agora, sangrava. A culpa era minha.
E então ele se foi. Como uma brisa linda de verão.
Não sei por qual motivo, talvez por esperança.. abri meus olhos.
Continuava ali.. com o rosto marcado pelo tempo, usando o vestido preferido dele. Sozinha.
Imagine eu, que não gosto de praia, lá estava. Não sei por quanto tempo, fiquei ali sentindo a brisa, o cheiro. Pensando ..
Sei lá que horas eram, já estava perto de amanhecer.. o mar me fazia lembrar, de tudo que eu já quis muito esquecer e agora faço questão de não perder nenhum detalhe.
O vento soprava meus cabelos, me acariciando. Tentando roubar um sorriso. Em vão.
Eu não queria mais sorrir, estava cada vez mais só.
Corri em direção ao mar e deixei que a fúria deste me castigasse. Eu merecia.
Tudo que por instantes foi calmaria, voltou a ser o terror diário. Sei que é tarde amor, não ouso mais te pedir desculpas. O sol estava nascendo beijando meu rosto, secando minhas roupas molhadas, e junto com ele ; nascendo minha dor.