'' Algumas pessoas de tão doces, enjoam. Alguns venenos de tão amargos, conquistam.''

Proibido para menores

Descobertas, amores, mulheres.


Acordei mais uma vez no meio da noite, como de costume, a insônia já fazia a mesma coisa comigo há anos, mas exatamente naquela noite, eu tinha um segundo motivo, meus olhos ardiam como nunca, devia ser de tanto chorar por causa de um cretino qualquer... Não que seja, mas é assim que deve ser tratado. O mesmo medíocre que foi embora essa noite, e me deixou aqui sozinha, mais uma vez...
Estava deitada com o pensamento voando, carência a flor da pele, decidi ir para sala tomar um vinho e me esquecer. Desci as escadas lentamente, morar sozinha é um grande medo meu.
Liguei a TV, esperava que estivesse passando algo que fosse capaz de me fazer esquecer a dor que sentia, olhei canal por canal. Quase desistindo, cai em um em que passavam filmes adultos... E claro que você me entende. Sentei no sofá e comecei a assistir, apenas por pura diversão... toda aquela sacanagem e putaria iriam me fazer esquecer dele.
Mas uma vez me enganei tudo aquilo só me fez lembrar mais ainda, e de todas as coisas que fizemos juntos. E por fim me senti mais sozinha.
Então me lembrei dela, aquela minha amiga de baladas, de chorar no ombro, e que sempre esteve pronta pra me ouvir. No mesmo instante sem hesitar liguei pra ela, mesmo sendo duas e pouco da manhã, sabia que ela não se importaria. Me atendeu com voz de sono, eu contei tudo o que havia acontecido...
Nem dez minutos e minha campanhia tocou. Com um sorriso gentil nos lábios, hoje por coincidência mais vermelhos do que de costume. Me perdi a olhando, nunca a vi tão desajeita e atraente.
Me abraçou, eu chorei, e ela disse que tudo ficaria bem depois que eu conseguisse dormir. Disso eu já sabia.
Sentamos na sala, peguei minha garrafa de vinho, duas taças e continuamos a ver o tal filme, que a essa altura da noite se tornará a melhor descoberta de nossas vidas.
Nos olhamos profundamente, por longos segundos. Éramos sim duas amigas, quase irmãs, que a partir dali, deixariam de ser.
Não encontro explicações. De repente eu desejei, morder aqueles gentis lábios vermelhos. Desejei rolar no carpete e dançar com ela, dividir a mesma taça de vinho e sentir todo seu intimo de mulher.
Desejei seu corpo quente junto ao meu, naquele sofá mesmo...
Então nos tocamos com tal sutileza que jamais algum homem fez. A beijei, sem pressa, apenas aproveitando o gosto doce de sua boca, devia ser algum gloss ou sua pasta de dente... Ou apenas podia ser o sabor proibido que tanto me fascina. O melhor gosto que já senti.
E o mais inesperado, foi que ela correspondeu, com tamanha alma, que deixou escapar o quanto esperava por isso há tempos. E quanto a mim, estava mais afim do que nunca.
Quando nos demos conta, já estávamos nuas, jogadas no chão.
Apenas com a iluminação da tv, algo que deixara seu corpo ainda mais bonito, esculpido cheio de detalhes. O bico de seus seios, enrijecidos e eu louca de tesão, apenas por tocar neles. Beijos quase intermináveis, línguas dançando por toda parte e um cheiro de malicia, que invadiu todo o lugar.
Como eu havia imaginado inicialmente, aquela noite, deveria ser a mais triste de toda a minha vida... Mas foi assim que a vida me surpreendeu mais uma vez e me presenteou, com o maior prazer de toda a minha vida. E eu finalmente tive um orgasmo, com gemidos altos e fieis com todo aquele êxtase, entrando e saindo de mim. Fui as alturas, tão alto como jamais nenhum homem havia conseguido me fazer subir. Tudo através das mãos daquela menina, minha, eu ousaria dizer... Que me senti completa e feliz, como aquele canalha que havia sido o motivo pelo qual ela apareceu no meu apartamento, nunca havia conseguido.
E assim ficamos juntas, dormimos abraçadas, ouvindo a respiração compassada uma da outra. Fiquei com medo de tudo não passar de um sonho, e quando minha bela, despertasse o encanto teria se desfeito... Abri os olhos bem devagar e os delas já me devoravam a tempos, seus lábios continuavam vermelhos, feito uma maça, eram sua cor natural, só eu não havia reparado, descobri que para sempre, desejaria me perder dentro deles. Já não éramos mais amigas. Pertencíamos
uma da outra. Sem mais.



Escrito por Naiad Pimentel e Letícia Toledo.