Tem uma coisa sobre as cotas que eu queria dizer, tem uma coisa sobre o Brasil que eu queria dizer, tem uma coisa sobre as pessoas que eu preciso dizer.
Moramos em uma cidade onde os cidadãos abaixo da linha da pobreza não recebem nenhum tipo de ajuda da Prefeitura, o que seria obrigação do município, que também não faz sua parte ajudando nas escolas. Temos uma juventude que tem como meta, e não desmerecendo o trabalho, ser funcionário publico. Os jovens de escola publica, em sua grande maioria considera faculdade uma perda de tempo. E talvez para estes seja mesmo! Não foram preparados para lidar com a situação e com certeza não saberão. Temos as escolas particulares, que incentivam seus alunos a seguirem alguma carreira, pois em um país capitalista é a coisa mais normal (e correta) para se fazer.
Moramos em uma cidade onde os cidadãos abaixo da linha da pobreza não recebem nenhum tipo de ajuda da Prefeitura, o que seria obrigação do município, que também não faz sua parte ajudando nas escolas. Temos uma juventude que tem como meta, e não desmerecendo o trabalho, ser funcionário publico. Os jovens de escola publica, em sua grande maioria considera faculdade uma perda de tempo. E talvez para estes seja mesmo! Não foram preparados para lidar com a situação e com certeza não saberão. Temos as escolas particulares, que incentivam seus alunos a seguirem alguma carreira, pois em um país capitalista é a coisa mais normal (e correta) para se fazer.
Eu tive a sorte de cursar o Ensino Médio em uma escola estadual técnica (de qualidade) onde os professores se importam com os alunos e muitos de nós e inclusive eu, não sabemos aproveitar a oportunidade. Enquanto eu estudo em uma escola bacana, em que sou respeitada como individuo, tem meninas da minha idade brigando com seus professores, ofendendo e sendo ofendida também.
O que eu quero dizer? Consertar a educação é o que precisa ser feito, nós sabemos. O prefeito sabe, os deputados, a presidente. Porém ninguém faz nada para mudar e nem nós mesmos que deveríamos lutar por isso. Através de uma tela de computador, criticar as cotas é fácil, o difícil é viver a realidade de um desses alunos que vai pra escola em troca de merenda e é obrigado a conviver com uma proposta de ensino ridícula, imposta pelo governo. Estamos exercendo nosso direito de cidadãos nos manifestando contra as cotas, porém estamos sendo hipócritas tapando os olhos para a nossa realidade. Os 50% estarão lá, para serem preenchidos... Mas nós sabemos que dificilmente eles serão completos. Isso falando a nível de cada município. Eu sei que revolta, mas será que eles não merecem nenhum tipo de chance? E as pessoas capacitadas aproveitarão a chance? Essa é a pergunta que cabe a cada um responder. E depois da resposta, decidir se calar ou ir as ruas. Devemos protestar por uma educação de qualidade, por direitos humanos, para sermos tratados como GENTE, independente de nossa classe social. Ficar revoltado em ano de vestibular, não vai resolver os problemas, só vai amenizar uma dor existente na camada mais intima da sociedade moderna. Enquanto permitirmos que eles nos tratem assim, eles o farão.
É o jeitinho brasileiro, tapar o sol com a peneira! Dar um curso de graduação para alguns pobres coitados que mal sabem interpretar um texto como esse.
Bela diplomacia, bela democracia Brasil! Que orgulho.
São esses os exemplos de um país com o bip crescendo a cada ano e regredindo em questões essenciais, cada dia mais.
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