(antes) — Não sei mais, qual foi a ultima vez que escrevi sobre você. Escrever é um ato concreto, muito longe e ao mesmo tempo, muito perto do sentir e do pensar. E eu, nos ultimos dias, tenho pensando muito em você, nos momentos rotineiros, como essa pausa para o iogurte; que foi indicação da sua mãe. Lembra disso? … Nós eramos grandes amigas. E eu preciso confessar, que sinto falta dela. E do seu cachorro também e mais ainda da nossa cama de casal. Embora, nós nunca tivéssemos sido um.
Hoje não tem trilha sonora, não tem chocolatinho pra acalmar e nem foto no porta retrato. Só tem palavras cheias das verdades que nunca foram ditas.
Tem saudade, tem magoa, desafeto e desespero. Tem uma mulher assumindo tudo isso. E mais ainda, tem uma menina te escrevendo sobre o amor. Enchendo o peito de coragem e te pedindo perdão por todo esse jeito desastroso de amar.
Se não me conhecesse, seria necessário explicar que este é um pedido apavorado por perdão. Mas você me conhece e embora não saiba aprendeu a ler as entrelinhas. E aprendeu a viver.
Vi teu sorriso lindo, um domingo desses atrás… E está mais lindo do que nunca. Tão lindo, quanto, quando nos amávamos.
E se nos amávamos, conjugado no passado, quer dizer que acabou?
Errado.
Acabou pra você e na sua vida. Faço idéia de que não guarda nem vestigio meu na tua lembrança e não te julgo, te admiro.
Coragem foi isso que você teve na hora certa. Me arrancou da sua vida e me fez pagar o preço por todas as coisas erradas que eu fiz. Você agiu, como desde o quando te conheci, sabia que agiria, fez o que era correto. E eu, desde o principio, já sabia que erraria.
O jogo da conquista é algo que me fascina e você me surgiu tão simples e ao mesmo tempo inatingível que não pude resistir. Por um segundo, achei que você me pertenceria para sempre, apesar dos pesares, das intermitências e das diferenças ideológicas ou até mesmo da idade.
Eu me sentia tão bonita e forte ao seu lado, acho que nunca pronunciei foi por medo, que era capaz de dominar o mundo. Mas eu tive medo.
Medo de você me achar fraca, muito mais do que eu já era.
E por uma vaidade medíocre, vestida dentro de uma armadura, eu fugi. ” Antes que isso aqui virasse uma tragedia… ” Fugi e se fosse antes, fugiria de novo.
Não tinha noção da importância das noites de sexta feira com pizza e filmes que você nunca entendia. Livros que você nunca leu e musicas que você jamais ouviu. E as festas que eu nunca gostei de ir e seus amigos que eu sempre odiei.
O seu cheiro forte e provocante. Seu sabor agridoce e a minha intensidade transbordando em você. Era tudo tão grandioso, se lembra?
E tão incomum. E eu não soube aproveitar.
E nós sabíamos bem, que eu estragaria tudo. Eu havia lhe avisado, não nasci pra ser ” sua”, mal posso ser minha. Me desculpe a arrogancia e mais ainda me perdoe por quebrar meu coração, por destrui-lo, impedindo te de amar para sempre, como havia prometido.
E dessa vez não é medo ou falta de coragem… Só preciso te dizer a verdade, eu te amei.
Tão puro quanto eu dizia… Tão verdadeiro quanto eu sinto.
‘O que me conforta é saber que acabou.’ Acabou o sofrimento e eu te amo só aqui dentro da minha cabeça, te desejando, te cuidando, te querendo e te apreciando. Sem essa gente doida que grita o que eu tenho que fazer, que se intromete e que me dói.
Quando estive com você, foram as poucas vezes que fui eu. , (e depois)
Nenhum comentário:
Postar um comentário