'' Algumas pessoas de tão doces, enjoam. Alguns venenos de tão amargos, conquistam.''

outubro 11, 2011

Remeto a ti, minha despedida.


'E que esta seja minha ultima palavra.'
Me sinto como uma bomba relógio, pronta para explodir a qualquer momento.
Tantos problemas e tantas pressões. E tantas depressões, campos, montes e Campinas.
Tristeza em todos os lugares, em lugar nenhum. Tanto vazio. Tanto gelar de alma e desmazelo. Cansei. Cansei de respirar este ar impuro. Improprio para menores, que são obrigados a crescer antes mesmo dos doze. Cansei desses olhares sujos que impregnam na gente.
Cansei dessas facas de dois cumes e essas ruas sem saídas. Me cansei de musicas que não terminam e essas dores incontroláveis.
Me cansei de me sentir como uma estranha dentro de mim mesma.
Portanto antes que a coisa se complique mais, resolvi acabar com tudo de uma vez.
Já me sinto morta.
Estou intoxicada de tanta gente ao meu redor, me dizendo como devo agir.
Não encontro nada capaz de saciar minha (in)dependência. A festa continua, as gargantas gritam e os copos esvaziam-se cada vez com mais ferocidade. Não vou lhe falar de minhas carreiras... Que carreiras. E dinheiro? Acabou. E família? Nunca existiu. E dignidade? Acabou também. A qui não existe sequer respeito. Então não fale de amor.
E de volta à cova, imersa em um mar de medo. Hoje eu não quero prosa e muito menos poesia.
E nem colo, nem carinho. Nem essa gente dizendo que vai cuidar de mim e me abandonar no escuro da noite. Saiba que aos meus olhos tão opacos, nem a lua brilha mais.

Eu só quero me deitar. Eu só quero dormir, dormir. Não quero ficar pra ver tudo isso aqui acabar. Sofro muito pelo mal que causo as pessoas a minha volta, que, enfraquecidas pelo tormento que causo, não podem me segurar com suas palavras. Eu sou um desastre.
Desde muito cedo, optei pelos sentimentos e emoções mais densas. As dores mais pesadas, mas tão embriagantes. O destino já está traçado.

Me despeço.
Deixo meu sorriso fingido em seu coração e todas minhas memorias. Guarde com carinho.

Não me culpe. Leia a plaqueta da maca, com meu nome, acompanhado da inscrição suicida, e não se desespere e nem chore. E não me culpe. Eu só falo o que sinto.
''Eu nunca amei a vida. E com estes comprimidos, alimento minha morte. ''

Adeus.

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