'' Algumas pessoas de tão doces, enjoam. Alguns venenos de tão amargos, conquistam.''

novembro 27, 2010

Em busca de mim.


o post de hoje, feito sei lá que horas da madrugada, ouvindo sei lá o que vai ser uma merda. Acho que vai ser mais um desabafo, ou sei lá o que. Hoje eu tô aqui, como eu mesma. E tenham certeza isso é bem ruim. Nem uma das garotas fortes das minhas historias, estão presentes aqui; hoje sou apenas eu. A minha terrível companhia. Pior que beber cerveja, é beber sozinha. É assim que eu estou, sozinha. Tão sozinha, cercada de tantas pessoas e com uma tristeza tão profunda. que até dói sentir. Eu não sou de ter medo, mas agora é diferente; tão diferente que chega a ser estranho. Eu nunca me senti assim. Aliás, já há muito tempo eu não sei como eu me sinto. Eu só sei tudo o que eu não sou, não sou bonita, não sou inteligente, não sei fazer nada muito bem, não sou uma garota forte, não tenho bons pais, não tenho familia, não tenho muitos amigos, não tenho um bom humor, não sou uma companhia. Antigamente às vezes, isso me incomodava... agora isso me machuca. Intensamente. É muito ruim estar perdida, é triste não ter uma direção.
Não sei o que eu gosto, ou o que eu me acostumei a ter. Não sei, sobre as coisas que me dão prazer; eu não gosto das pessoas. Não gosto do sol. Prefiro sempre a escuridão. E tenho medo. Muito medo. Medo das palavras, medo de tudo. Medo das pessoas, medo de mim.
Eu já nem sei se eu tenho um coração ou se minhas mudanças ainda estão sob controle. Às vezes eu quero ser como Missy que assume seu romance pelo guitarrista nem tão secreto assim. Ou então quero ser a garota apaixonada que eu vi hoje tomando sorvete com o namoradinho. Podia ser até a dona de casa, cuidando dos filhos. Queria ser aquela quase mulher que assumiu que gosta da melhor amiga e teve a coragem de beija-lá na boca. Poderia ser também, aquela vadia que fugiu de casa, pra virar prostituta; ela pelo menos teve a coragem de fugir.
... Queria ser qualquer uma. Menos a Amélia que senta no bar, observa tudo de longe e chora. Antes que eu chorasse. Mas não, fica tudo isso que eu não sei o que é; entalado na minha garganta, revirando meu estômago. Eu queria ter grana, pegar um ônibus e sumir deste inferno. Vou sentir um pouco de saudade do meu pai, ou até do voz rouca que se acha e adora morder meu pé. Ou saudade do dono dos olhos que há muito eu não sei por onde anda. Eu quero sair só, preciso me encontrar mas não sei onde estou. Aqui não é minha casa, este não é meu lugar. Meu nome está escrito na parede, mas minha alma não habita este cômodo. Eu preciso fugir, preciso da minha paz. Preciso sair em busca de mim. Encontrei a forma, não sei pra onde foi o conteúdo. Meus olhos só fitam os problemas sem solução, a infância triste, e as péssimas notas na escola. Os livros não terminados, as fotos rasgadas, os textos sem fim, as musicas rabiscadas na memória, o amor que acabou... Eu preciso sumir daqui.
Mais um dia do inferno diário, mas um dia que não terminou.

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