Faço disto um pequeno desabafo, como se eu estivesse devendo satisfações a algo ou alguém.
Me sinto como se não tivesse vivido os últimos dias, olho para trás e tudo o que vejo é uma eterna escuridão. Arranco essa pagina do meu diário e faço disto uma exposição de dor.
Um show de horror, talvez. Talvez?
Sem talvez... Chega de incertezas.
Este andou sendo o meu problema durante muito tempo, duvidas. Interrogações, lacunas...
Vazios, buracos. Tuneis sem luz.
E o que eu fiz?
Eu os preenchi.
Com musicas fúteis, falsos amores, com pequenos prazeres, grandes doses e pequenas injeções.
Injeções (inúteis) de animo e injeções (eficazes) de heroína.
' Enquanto meu corpo sangrava eu lia poemas.
Enquanto eu chorava, você sorria o sorriso mais fingido do mundo.
Em mês que eu arrumou as malas pra fugir contigo, você gastou todas as economias.
Em noite de suicídio, você apareceu com potes de sorvetes. '
Entre tremor de pernas e gelar de coração, lapsos momentâneos de felicidade de outras vidas e infinitas tristezas que dominam a alma, eu só desejava ser salva.
E entre tantos cortes, caminhos tortuosos e becos sem saída... Você estava lá.
Fazendo de mim, apenas um segredo; que você, por vaidade queria desvendar.
Permaneceu de pé, para que pudesse me ajudar a levantar ou me derrubar mais uma vez?
Quando tudo fez-se pesadelo, as palavras fugiam de minha boca... E eu não tinha nem força para gritar teu nome...
O amor me salvou.
Cheio de discursos e frases de efeito. Com todas as irresponsabilidades do mundo. Algo tão forte, que me deixou sem palavras. O amor salvou a minha vida, salvou o meu sorriso. Ele me fez renascer.
Surgiu de onde eu menos esperava.
E bem mais que isso, o amor por mim mesma, me salvou da pior droga de todos os tempos, me salvou de você.
Uma menina, só se torna uma mulher, quando olha no espelho e se aceita da forma que ela é.
E tudo aquilo que ela deseja, mesmo que seja invisível aos seus olhos... é realizado com o coração.
Sem pressa. Na hora exata, vamos acordar.
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